sexta-feira, 14 de novembro de 2008



Que tal acordar com esse barulhão?

Falta o som, né?

Então vai aí abaixo...

O sol e o jacaré

São gaivotas, são sabiás
São olhares de pessoas
À espera das cores vivas
Rajadas de tons

São momentos de espera
São minutos de despedida
Um tempo em que se pode olhar
pro sol partindo pro outro lado do mundo

Aqui ele nunca é solitário
Um sol nada solitário!
Que se despede em companhia
de tons, de sons, das notas do sax


Na descida beija mais e mais o rio
Dança ao som do bolero de Ravel
E ri do dia que se apaga fazendo graça
porque também vê o meu rosto inundado


Ele se vai dentro de mim
E se retém no meu olhar
O vôo da gaivota
A canoa no Rio Jacaré

Nas nuvens multicores
A natureza se compõe,
rastreada nas águas.
Finca-se a luz da lua!

E pra brindar o dia
Ao tom do violino,
Jogo nessas águas da Paraíba
a poluição que há em mim


Renata Lang Stapani

O Brasil não conhece o Brasil

Algumas experiências da vida são realmente inusitadas, especiais, surpreendentes. Recebi hoje um email com o parecer de uma holandesa sobre o Brasil. Não sei se é verídico, mas ela ressalta que nós brasileiros damos ênfase ao negativo; falamos mal do Brasil sem reconhecer as mudanças e os avanços tecnológicos, sociais, etc.
Pode mesmo ser uma mania brasileira admirar o que vem do estrangeiro e achar que aqui tudo é primitivo. O que é antigo tratamos como: velho. Há apenas uma ou duas décadas é que as cidades têm procurado resgatar seu valor histórico e buscar ajuda inclusive fora do país, para restaurar monumentos e construções por exemplo do sec. XVI. Sabe-se que brasileiro desconhece o Brasil como cantava com propriedade Elis Regina: O Brazil não conhece o Brasil, O Brasil nunca foi ao Brazil
(Querelas do Brasil - Mauricio Tapajos / Aldir Blanc)
A grandeza territorial nos afasta geograficamente, mas com os recursos da internet e das emissoras de televisão deveríamos nos aculturar mais e melhor. A história que aprendemos na escola de modo tradicional invariavelmente é entediante. Provavelmente se tivéssemos um maior intercâmbio entre as regiões brasileiras abriríamos o nosso coração para essa diversidade cultural e nos apropriaríamos dela para então FALAR BEM do Brasil. Por exemplo, só há poucos anos que a emissora Band tem apresentado a festa folclórica do Bumba-meu-boi, (boi-bumbá ou pavulagem) de Parintins no Amazonas. Como é que turistas estrangeiros conhecem e vêm assistir pessoalmente? Quantas outras festas e tradições ocorrem sem que tenhamos conhecimentos? Certa vez vi em Salvador um grupo de americanos que tinham vindo à Bahia para uma festa em Feira de Santana. Desconhecemo-nos uns aos outros.

Vamos lá à minha experiência inusitada e surpreendente que quero contar.
Primeiro que é lá em João Pessoa que está o ponto mais oriental brasileiro e das Américas continentais, o ponto mais próximo da África: A ponta dos Seixas, na praia do Seixas (14 km do centro de João Pessoa). Há um marco neste ponto geográfico: o farol do Cabo Branco com uma vista fantástica. O turista fica bem amparado pelos guias que explicam a história, inclusive o nome da cidade que foi trocado 5 vezes. Foi bonito ver a ética entre os guias. Logo que adentramos a Paraíba a guia de Natal passou a palavra para o guia paraibano nos apresentar a sua cidade. Vimos educação, gentileza e respeito entre os nordestinos.
Se em Natal amanhece as 04h40min (considerada a noiva do sol), é na Paraíba onde encontramos o Pôr do sol mais romântico do mundo! Eu nunca tinha ouvido falar sobre o Pôr do sol em Cabedelo, município de João Pessoa.
Você sabia que há mais de 8 anos um saxofonista contempla com o povo o entardecer tocando o bolero de Ravel? Acontece às margens da praia do Jacaré – rio batizado pelos índios!
Uma experiência emocionante, um louvor à natureza de Deus. Tive a alegria e o êxtase de participar da apresentação de nº 2933, citada por ele – Jurandy do Sax - em oração após soprar a última nota do bolero naquela tarde/noite.
Ele chega de canoa e fica desfilando no rio diante do povo que se cala para ouvir suas notas fortes, numa harmonia incrível com o espetáculo do sol que se despede. Ele ora a Deus com gratidão pela vida e por aquele momento.

Não perca a oportunidade de conhecer. Será uma pena você deixar o planeta sem conhecer esta apresentação que é gratuita ou pagando R$ 3,50 (não esqueci nenhum zero!) para também ouvir dois jovens no sax e violino comemorando mais um dia que se finda em contemplação à noite que chega. MARAVILHOSO!
Entre no site e conheça essa maravilha:

http://br.youtube.com/watch?v=oNfvm4FIq6I&feature=related – Pôr do sol

http://br.youtube.com/watch?v=Cdf1vmzFVmM&feature=related – Jurandy do Sax

http://www.pbnet.com.br/openline/mfarias/farol.htm - Farol do Cabo Branco e a Ponta do Seixas

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Tsuru é uma cegonha

Vendo a vida de cima



Ela me leva no bico

me eleva e me faz voar

Chego na vida assim...

flutuando,

vendo tudo de cima

a grama é mais verde

tudo é brinquedo

o mar é só azul



Ela me leva no bico

me enleva e tudo se faz colorido

inocente,

menos quente e muito ar

tudo flui, balança no vento

silêncio



Ela me leva no bico

lindo jeito de chegar na vida

vento fresco na cabeça

não conheço a chuva, nem a neve

nem o frio, nem calorão


Jeito crente de chegar na vida

daquele que crê tudo ideal

Quero logo experimentar

Com pés no chão, mantenho as asas,

Estou viva!


Renata Lang Stapani

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Aprendendo dobraduras. Origami de um tsuru. Um poema pra você e pra mim.

Antes e Depois

Quando entendi minhas marcas:
função de registro
guia e mapa,
encontrei o caminho
Construção

Ir e vir
montar e criar

Quando entendi uma face,
compus outras
Sobre as marcas,
o trajeto
Entendi os desdobramentos
seus sentidos
meu significado

Com foco no gesto e na gestação,
aquele que carrega a vida
vai ganhando forma
E quando pronto, finito,
me carrega no seu bico
Aqui e Agora

Um vôo no vir a ser...
eu e meu tsuru
numa nova
Configuração


Renata Lang Stapani
19-20/10/2008

* Tsuru = cegonha em Japonês

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Acordo ortográfico

Seguindo o texto da carta em português de Portugal, está postado para vocês dois sites sobre o acordo firmado entre os países de língua protuguesa.
A língua portuguesa é oficial em sete países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.
Há muitas controvérsias, críticas e etc. sobre as tais mudanças mas nosso intuito não é entrar nessas questões, só queremos divulgar o que foi acordado.
Antes uma contribuição do meu marido para vcs. se atualizarem.


Prezada plateia,
Aqui temos uma ideia, mas fique tranquilo e não entre em paranoia, não é nenhuma tramoia. Temos aqui algumas palavras em negrito que estão estranhas, aliás alguns podem até falar que é feiura. Mas eu perdoo quem se indignar, pois afinal toda mudança gera reações. Ah para com isto, não estou entendendo nada.
Se você não gostar das novas alterações porque achou antipedagógico, entre com um anteprojeto. Deixe disto e seja ultramoderno e não super-resistente ou até ultrarresistente.
Você está hiperativo diante de tanta novidade?
Meninas, vocês já usam antirrugas? ahahahah Meninos não fiquem assanhados com a chegada do verão só por causa das minissaias. Você sabe como está o seu biorritmo?
Este é um acordo ortográfico que vai além-mar. Acha que estou semianalfabeto ou que este texto é antieducativo? Bom é melhor parar por aqui, antes que você fique com enjoo.
Você leu este texto e reparou nas palavras em negrito? Pois é, a partir de janeiro de 2009 estarão todas corretas.
Que a leitura seja superinteressante!

http://www.libre.org.br/institucional_view.asp?IDPagina=26
http://images.ig.com.br/hotsites/reforma_ortografica/Guia_Reforma_Ortografica_CP.pdf


sábado, 6 de setembro de 2008

Carta em português de Portugal

Olá queridos,
Lembrei de um e-mail que mandei de Portugal, aos meus amigos, há exatos 5 anos. E me deu vontade de postar aqui.

Espero que divirtam-se.

Oi gajas e gajos, tudo "baim"?
Aqui é muito gira e tudo muito fishe. Passeei pelas alamedas no centro da cidade. Vi muitas montras fishes já com decorações do Pai Natal. Entrei em retrosarias, pastelarias e cafés. Adorei pedir um garoto ou uma chinesa para beber. O carioca de limão é “tambaim” muito bom mas chandi é a minha bebida favorita, giríssimo!!!! E combina com sandes que comi em lancherias tipo Mc donalds. Nas pastelarias não encontrei os nossos pastéis, mas os famosos doces conventuais.
Vi poucos gajos vestindo fato mas muitos turistas vestindo calções, sapatilhas e tomando gelado, com camisolas. Todos eles usam calcinhas.
As adolescentes usam madeixas curtas ao contrário do Brasil, mas também ficam horas a se enfeitar na casa de banho. Gostam tb. de mascar pastilhas elásticas e chupar rebuçados. Gostam de pôr a ficha da aparelhagem de música na parede e ouvir cantigas brasileiras. Andam de motas e de bicicletas, passam pelas rotundas.
Já os miúdos ou putos, andam de trotinete pelo passeio pois nas ruas há o perigo de serem atropelados pelos auto-carros, viaturas e carrinhas. Sabe o que levam na pasta para a escola? Afiador ou apara-lápis, cor de pau, cor de feltro, agrafador... Os bebés usam fraldinha no rabinho e tomam biberão.
As coisas são caras para nós mas há algumas que são de borla ou 0800.
Nos supermercados: Sá ou Pingo Doce, encontramos tudo o que temos no Brasil, mas alguns itens são curiosos: semilha (batata), milho (polenta), massaroca (milho). Eles tiram uma senha no balcão de frios para serem atendidos, como nós nos laboratórios e repartições públicas.
As senhoras usam mala para ir ao centro de compras, shoppings, etc. Só que elas precisam usar uma “mais grande” para trazer as coisas que adquiriram.
Os miúdos ou putos, como no Brasil, muitas vezes tiram macacos do nariz. E gostam de contar anedotas. Não são tão parvos nem aldrabões como achamos que são. Não vi paneleiros pelas ruas. Ah, quando fiz anos... mandaram trincar as velas para dar sorte e as velas são de um ano a mais. Eles comemoram o ano que está iniciando, me senti mais velha ainda.
Vocês perceberam tudo que apontei ?
Que maçada, heim!