sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Caras e Bandeiras

Tempo de exibir bandeiras. Parece que isso acontece apenas em momentos de competições mundiais: Copa do Mundo, Pan-Americano e Olimpíadas. Eu gosto de Bandeiras.
É muito gostoso admirar um quadro completo das Bandeiras mundiais. De longe parece um monte de retângulos coloridos. Ao nos aproximarmos percebemos a configuração: Bandeiras. Mais de pertinho podemos reparar que reconhecemos algumas delas. Mas a grande maioria não se sabe de onde é e me sinto indiferente a elas. Percebe-se que o azul, o branco e o vermelho se repetem em várias delas, desenhando formatos únicos.
Cada representação carrega um conteúdo muito além do objeto. Uma bandeira é uma coisa, diria Gilberto Safra, importante psicanalista que explica, dentre tantos temas, que um objeto torna-se coisa quando é revestido de significado e de história.
É isso que sinto ao olhar um quadro de bandeiras. Muitos desenhos sem sentido afetivo. Mas quando localizo a minha bandeira, ela salta aos meus olhos. Ela brilha e faz brilhar o meu olhar agora revestido de sentimentos. Ela também se destaca por fugir ao padrão vermelho, branco e azul. Isso é o que chamamos de uma configuração que faz sentido: é como se todas as outras sumissem, e a sua ganha importância, fundamento. Ela diz algo sobre você e você se reconhece nela. Quando Cesar Cielo, o nadador desconhecido da grande maioria dos brasileiros, vence a prova dos 50 metros em Pequim (hoje, 15 de agosto de 2008) rompendo o jejum olímpico, o mundo se volta para ele. Os brasileiros se voltam a ele: Quem será esse cara? Onde ele treinou? Quem são seus pais? Curiosidade que reside no desconhecimento. Quando o mesmo Cielo levanta a Bandeira brasileira ao som do nosso Hino Nacional, algo mágico acontece e nos tornamos íntimos. Ele faz parte de nós. É nosso! Ele nos pertence e reconhecemos seu choro que se mistura com a nossa emoção.
Reconhecer Cielo, a partir de agora, é como reconhecer a nossa Bandeira em meio às outras (dentre cerca de 192 países).
Cielo é o nosso sentido Olímpico em 2008. Nossa Bandeira campeã! Viva o ouro da nossa Bandeira e viva o Ouro do Cielo, nosso brasileiro campeão.

Curiosidade: Uma equipe de intelectuais dedicou-se a elaboração da nossa Bandeira, sendo adotada pelo decreto no 4 de 19 de novembro de 1889. “A idéia da nova Bandeira do Brasil deve-se ao professor Raimundo Teixeira Mendes, presidente do Apostolado Positivista do Brasil. Com ele colaboraram o Dr. Miguel Lemos e o professor Manuel Pereira Reis, catedrático de astronomia da Escola Politécnica. O desenho foi executado pelo pintor Décio Vilares. Mais detalhes: http://www.on.br/glossario/alfabeto/b/bandeirabrasil.html

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