Em homenagem ao dia do psicólogo, 27/08, aqui vai um artigo temático; alerta para nos cuidarmos.
Você sabe que é dono de fronteiras?
É certo que fronteira é uma divisória que separa dois ou mais locais. É algo que está “entre”. Pode ser um portão, uma cerca, uma faixa, um muro, um rio, etc. Ela define o que está aqui, e o que está lá.
Por certo a pele é a nossa fronteira com o mundo. Está entre o que eu tenho dentro (órgãos, sangue, etc.) e o que está fora. Ela me protege e me dá um contorno formando minha figura que é única.
Do ponto de vista psíquico a fronteira me diferencia do que sou e do que não sou, do que tenho e daquilo que não me pertence. Quem não tem essa noção clara se deixa invadir e/ou invade o que é do outro. O ladrão, o corrupto e o manipulador fazem isso.
Como a fronteira delimita meu contato com o mundo é nela que realizo meus relacionamentos. Quando ela é rígida demais eu não consigo fazer trocas com o ambiente. Nada entra e nada sai de mim. Não experimento, não me transformo.
Se ela é fluida demais, qualquer coisa a penetra e entra no meu mundo. Portanto se algo ruim entra sou eu quem o permite. Eu posso deixar que me invadam, por exemplo, por medo, ingenuidade, necessidade de aceitação, vergonha, etc. Só que nem sempre eu tenho consciência disso.
De fato sou eu quem precisa cuidar das minhas fronteiras e dos relacionamentos que nela ocorrem. Para isso preciso observar como meus contatos ocorrem, fortalecer a minha cerquinha, os meus limites.
Se minha fronteira psíquica for fluida e firme o suficiente ocorrerão trocas de conhecimentos e sentimentos. Haverá reflexão e transformação da minha mente. Possibilitará a diferenciação entre o bom e o ruim e haverá proteção. Isso traz segurança: ganho noção de quem sou, aprendo a discernir até onde posso “entrar” na vida do outro, aprendo a entendê-lo e respeitá-lo. Para tudo isso eu preciso perceber o que quero e o que não quero.
Outro dia uma pessoa reclamou que sua amiga se aproxima tanto a ponto de cuspir nela. Daí ela dá um passo atrás - tentando recuar a sua fronteira invadida para se proteger. Mas a amiga avança. Ela tem pelo menos duas saídas: interromper a conversa e sair - limite físico - ou colocar limites verbais: “você está cuspindo em mim", ou "eu não gosto que você cuspa em mim, por favor, fique mais distante do meu sanduíche”.
Os limites são a representação da fronteira. Por isso a frase: “Limites nos protegem”.
Quando somos invadidos sentimos que as coisas de fora vêm com força e derrubam o portão de entrada. Algumas vezes a pessoa permite que situações nocivas e destrutivas atravessem a sua fronteira: agressões, ofensas, humilhação, drogas. Quando dizemos SIM ao que queremos dizer NÃO, o sofrimento vem. Sem a noção do seu limite a pessoa se deixa invadir ou afasta sem querer. Vamos cuidar dos "sins e nãos" necessários para não nos colocarmos em risco. Apreender o que é bom e afastar o ruim.
Se cada um honrar a sua fronteira evitará sofrimento e será respeitado.
3 comentários:
Lá vai meu comentário, Rê.
Concordo plenamente com o seu posicionamento, mas acho importante ressaltar a forma de colocar os limites. Podemos passar a mesma mensagem de várias maneiras. Creio que podemos ser firmes, mas também gentis, pois somente o fato de estabelermos os limites - quer queiramos, quer não - já transmite um ar de superioridade, que por vezes assusta o interlocutor. Certo, amiga? Kisses,
Iarinha
Muito legal seu comentário sobre os limites. Adorei o livro LIMITES da Editora Vida, e recomendo para todos os que queiram se aprofundar no assunto . Me ajudou muito numa fase que precisei rever e consertar todas as minhas "cerquinhas"
Beijos, minha amiga especial!!!!
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