sexta-feira, 22 de maio de 2009

Vida e Tempo. Deixando marcas

Enfrentar alguns temas de vida como medos, solidão, paixões, a busca da satisfação, a realização, o encantamento, a frustração, faz parte do existir. Mas alguns deixam que a temática da vida passe como água que seca sob o sol. Não sei você, mas eu sinto que a vida corre. Dá um medo! Tenho a sensação que preciso correr na tentativa de segurar o tempo nas mãos. E você, corre atrás? Busca a satisfação? O tempo pode realmente ser amigo ou inimigo. O tempo que se espera, o tempo que já passou, o tempo que desmorona esperanças, o tempo que instiga ao amanhã... O tempo eterno da eternidade.Seu tempo já foi? Já passou ou seu tempo é agora? É hoje, onde há possibilidades e oportunidades de escolhas.
Trabalhar ou estudar para um aprimoramento da carreira, investir em lazer, buscar novidades culturais, conhecer pessoas, aumentar sua fé buscando a Deus, etc. Somos seres em transformação e passagem. Agregamos sentimentos e experiências que nutrem nossa alma. Para isso precisamos considerar as questões do tempo e as marcas nele registradas. Parece que o tempo passa e as vezes nos aprisiona; as vezes nos adormece, as vezes nos impede de também passar. O tempo nos segura no passado, nos faz "imaturecer", mas também nos atira no futuro, sem piedade. Ora amigo, ora inimigo.
Como enfrentar as exigências do tempo? Temidas pelas mulheres, não enfrentadas pelos homens... A minha resposta ao tempo é que ele pode ser meu amigo somente se eu puder transitar através dele registrando minhas construções, meus sentidos e significados. Se eu puder atualizar-me no tempo. Deixar minhas marcas, eis a questão!

Meditem na linda letra: Resposta ao Tempo cantada por Nana Caymmi
Composição: Aldir Blanc/Cristovão Bastos

Batidas na porta da frente
É o tempo
Eu bebo um pouquinho
Prá ter argumento
Mas fico sem jeito
Calado, ele ri
Ele zomba
Do quanto eu chorei
Porque sabe passar
E eu não sei
Num dia azul de verão
Sinto o vento
Há folhas no meu coração
É o tempo
Recordo um amor que perdi
Ele ri
Diz que somos iguais
Se eu notei
Pois não sabe ficar
E eu também não sei
E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos
Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto
E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer
Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto
E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Prá tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, e ele não vai poder
Me esquecer
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer
Fonte: http://letras.terra.com.br/nana-caymmi/47557/

sábado, 3 de janeiro de 2009

Reflexão de fim de ano ou para qualquer dia

Feliz Ano Novo!

Tantas mensagens, tantas palavras, tantos desejos e sonhos. Não quero repetir as mesmas palavras. Só quero questionar. Não precisa responder, apenas reflita.
Aqui está o que escrevi no folder do nosso consultório para inaugurar o novo ano.

Geralmente no final do ano nos damos conta das coisas que prometemos a nós mesmos e não cumprimos como: dietas, cursos, voluntariado, leituras, atividades esportivas, etc.. Também nos apercebemos dos relacionamentos que não aprofundamos, das pessoas que perdemos – voluntaria ou involuntariamente - e das novas pessoas que entraram na nossa vida e que podemos manter ou não. E de repente somos tomados de uma nostalgia daquilo que nos faz falta misturado com aquilo que não conseguimos de fato realizar. Sobra uma grande frustração que pode ser justificada por: “não tenho tempo, minha vida é muito corrida, meu trabalho consome minha energia, não durmo direito, estou doente, muita gente depende de mim e eu estou em último lugar, etc.”. No fundinho do nosso coração sentimos uma grande dívida conosco mesmos. Essa reflexão é para mim e para você.
Não se trata de renovar nossas promessas ou reavaliar sonhos. Trata-se de conectar meus desejos com as minhas possibilidades, ou seja, buscar a conscientização do que realmente tem significado para a minha vida. Tem a ver com quem sou e o que eu preciso. Como funciono? O que me dá prazer? Quantas horas preciso dormir? O que me aborrece? Abro mão do que me é importante? Em quais situações não consigo dizer não? Ou: como digo não? Sou agressiva? Afasto as pessoas? Carrego um baú de culpas? Sou muito exigente com os outros? E minha auto-estima está equilibrada? Penso de mim do mesmo jeito que os outros? Afinal, por que não consigo me realizar? O que me paralisa? Por que não consigo sentir amor por tal pessoa? Etc., etc., etc..
Muitas vezes nos vemos patinando no mesmo lugar e ao mesmo tempo com medo do tempo que não pára. Dá um calafrio só de olhar para a própria idade e observar que não se sabe como prosseguir.
Isso acontece em qualquer idade. O jovem pode pensar: “vivi 17 anos e agora o que eu vou ser? Qual profissão seguir? Aonde vou me realizar? Só conheço profissões que não me interessam.
Um adulto pode se assustar com tudo o que não fez ainda ou vir que o que fez já não tem mais tanto sentido. Talvez já tenha perdido a função, sente-se insatisfeito e é necessária uma urgente mudança. Mudar o que e para onde?
Esse é o papel da terapia... Conduzir a tomada de consciência na busca de uma qualidade de vida melhor. Alguns dizem: “Ah, mas é muito estranho ir conversar com um estranho.” Este “estranho terapeuta” é aquele que pretende te acompanhar nos labirintos da tua alma, com cautela, indo à frente em determinados momentos, com delicadeza, iluminando o caminho para que você veja onde está pisando. Este “estranho terapeuta” pretende ser convidado à sua intimidade. É aquele que leva uma lanterna na mão e uma caixa de lenços de papel na outra e em determinados momentos põe os dois no chão e oferece seu “colo”.
Não prometa fazer terapia em 2009. Seria mais uma promessa de fim de ano que se tornaria uma auto cobrança. Apenas pense na utilidade de ter uma hora na semana para olhar para o seu labirinto, suas dores e anseios junto com alguém que pode se tornar seu espelho. Aquele que refletirá sua imagem límpida e mais real possível. É quem pretende aos poucos deixar de ser um estranho para ser um companheiro de mergulho ao encontro do seu eu mais profundo.
Feliz 2009!