sábado, 15 de novembro de 2008

O tal do Pôr do Sol...


Essa é uma amostrinha.



Agora abaixo vai uma palhinha em dois filminhos rápidos.

* Fomos nós que filmamos!!!!



sexta-feira, 14 de novembro de 2008



Que tal acordar com esse barulhão?

Falta o som, né?

Então vai aí abaixo...

O sol e o jacaré

São gaivotas, são sabiás
São olhares de pessoas
À espera das cores vivas
Rajadas de tons

São momentos de espera
São minutos de despedida
Um tempo em que se pode olhar
pro sol partindo pro outro lado do mundo

Aqui ele nunca é solitário
Um sol nada solitário!
Que se despede em companhia
de tons, de sons, das notas do sax


Na descida beija mais e mais o rio
Dança ao som do bolero de Ravel
E ri do dia que se apaga fazendo graça
porque também vê o meu rosto inundado


Ele se vai dentro de mim
E se retém no meu olhar
O vôo da gaivota
A canoa no Rio Jacaré

Nas nuvens multicores
A natureza se compõe,
rastreada nas águas.
Finca-se a luz da lua!

E pra brindar o dia
Ao tom do violino,
Jogo nessas águas da Paraíba
a poluição que há em mim


Renata Lang Stapani

O Brasil não conhece o Brasil

Algumas experiências da vida são realmente inusitadas, especiais, surpreendentes. Recebi hoje um email com o parecer de uma holandesa sobre o Brasil. Não sei se é verídico, mas ela ressalta que nós brasileiros damos ênfase ao negativo; falamos mal do Brasil sem reconhecer as mudanças e os avanços tecnológicos, sociais, etc.
Pode mesmo ser uma mania brasileira admirar o que vem do estrangeiro e achar que aqui tudo é primitivo. O que é antigo tratamos como: velho. Há apenas uma ou duas décadas é que as cidades têm procurado resgatar seu valor histórico e buscar ajuda inclusive fora do país, para restaurar monumentos e construções por exemplo do sec. XVI. Sabe-se que brasileiro desconhece o Brasil como cantava com propriedade Elis Regina: O Brazil não conhece o Brasil, O Brasil nunca foi ao Brazil
(Querelas do Brasil - Mauricio Tapajos / Aldir Blanc)
A grandeza territorial nos afasta geograficamente, mas com os recursos da internet e das emissoras de televisão deveríamos nos aculturar mais e melhor. A história que aprendemos na escola de modo tradicional invariavelmente é entediante. Provavelmente se tivéssemos um maior intercâmbio entre as regiões brasileiras abriríamos o nosso coração para essa diversidade cultural e nos apropriaríamos dela para então FALAR BEM do Brasil. Por exemplo, só há poucos anos que a emissora Band tem apresentado a festa folclórica do Bumba-meu-boi, (boi-bumbá ou pavulagem) de Parintins no Amazonas. Como é que turistas estrangeiros conhecem e vêm assistir pessoalmente? Quantas outras festas e tradições ocorrem sem que tenhamos conhecimentos? Certa vez vi em Salvador um grupo de americanos que tinham vindo à Bahia para uma festa em Feira de Santana. Desconhecemo-nos uns aos outros.

Vamos lá à minha experiência inusitada e surpreendente que quero contar.
Primeiro que é lá em João Pessoa que está o ponto mais oriental brasileiro e das Américas continentais, o ponto mais próximo da África: A ponta dos Seixas, na praia do Seixas (14 km do centro de João Pessoa). Há um marco neste ponto geográfico: o farol do Cabo Branco com uma vista fantástica. O turista fica bem amparado pelos guias que explicam a história, inclusive o nome da cidade que foi trocado 5 vezes. Foi bonito ver a ética entre os guias. Logo que adentramos a Paraíba a guia de Natal passou a palavra para o guia paraibano nos apresentar a sua cidade. Vimos educação, gentileza e respeito entre os nordestinos.
Se em Natal amanhece as 04h40min (considerada a noiva do sol), é na Paraíba onde encontramos o Pôr do sol mais romântico do mundo! Eu nunca tinha ouvido falar sobre o Pôr do sol em Cabedelo, município de João Pessoa.
Você sabia que há mais de 8 anos um saxofonista contempla com o povo o entardecer tocando o bolero de Ravel? Acontece às margens da praia do Jacaré – rio batizado pelos índios!
Uma experiência emocionante, um louvor à natureza de Deus. Tive a alegria e o êxtase de participar da apresentação de nº 2933, citada por ele – Jurandy do Sax - em oração após soprar a última nota do bolero naquela tarde/noite.
Ele chega de canoa e fica desfilando no rio diante do povo que se cala para ouvir suas notas fortes, numa harmonia incrível com o espetáculo do sol que se despede. Ele ora a Deus com gratidão pela vida e por aquele momento.

Não perca a oportunidade de conhecer. Será uma pena você deixar o planeta sem conhecer esta apresentação que é gratuita ou pagando R$ 3,50 (não esqueci nenhum zero!) para também ouvir dois jovens no sax e violino comemorando mais um dia que se finda em contemplação à noite que chega. MARAVILHOSO!
Entre no site e conheça essa maravilha:

http://br.youtube.com/watch?v=oNfvm4FIq6I&feature=related – Pôr do sol

http://br.youtube.com/watch?v=Cdf1vmzFVmM&feature=related – Jurandy do Sax

http://www.pbnet.com.br/openline/mfarias/farol.htm - Farol do Cabo Branco e a Ponta do Seixas

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Tsuru é uma cegonha

Vendo a vida de cima



Ela me leva no bico

me eleva e me faz voar

Chego na vida assim...

flutuando,

vendo tudo de cima

a grama é mais verde

tudo é brinquedo

o mar é só azul



Ela me leva no bico

me enleva e tudo se faz colorido

inocente,

menos quente e muito ar

tudo flui, balança no vento

silêncio



Ela me leva no bico

lindo jeito de chegar na vida

vento fresco na cabeça

não conheço a chuva, nem a neve

nem o frio, nem calorão


Jeito crente de chegar na vida

daquele que crê tudo ideal

Quero logo experimentar

Com pés no chão, mantenho as asas,

Estou viva!


Renata Lang Stapani

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Aprendendo dobraduras. Origami de um tsuru. Um poema pra você e pra mim.

Antes e Depois

Quando entendi minhas marcas:
função de registro
guia e mapa,
encontrei o caminho
Construção

Ir e vir
montar e criar

Quando entendi uma face,
compus outras
Sobre as marcas,
o trajeto
Entendi os desdobramentos
seus sentidos
meu significado

Com foco no gesto e na gestação,
aquele que carrega a vida
vai ganhando forma
E quando pronto, finito,
me carrega no seu bico
Aqui e Agora

Um vôo no vir a ser...
eu e meu tsuru
numa nova
Configuração


Renata Lang Stapani
19-20/10/2008

* Tsuru = cegonha em Japonês

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Acordo ortográfico

Seguindo o texto da carta em português de Portugal, está postado para vocês dois sites sobre o acordo firmado entre os países de língua protuguesa.
A língua portuguesa é oficial em sete países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.
Há muitas controvérsias, críticas e etc. sobre as tais mudanças mas nosso intuito não é entrar nessas questões, só queremos divulgar o que foi acordado.
Antes uma contribuição do meu marido para vcs. se atualizarem.


Prezada plateia,
Aqui temos uma ideia, mas fique tranquilo e não entre em paranoia, não é nenhuma tramoia. Temos aqui algumas palavras em negrito que estão estranhas, aliás alguns podem até falar que é feiura. Mas eu perdoo quem se indignar, pois afinal toda mudança gera reações. Ah para com isto, não estou entendendo nada.
Se você não gostar das novas alterações porque achou antipedagógico, entre com um anteprojeto. Deixe disto e seja ultramoderno e não super-resistente ou até ultrarresistente.
Você está hiperativo diante de tanta novidade?
Meninas, vocês já usam antirrugas? ahahahah Meninos não fiquem assanhados com a chegada do verão só por causa das minissaias. Você sabe como está o seu biorritmo?
Este é um acordo ortográfico que vai além-mar. Acha que estou semianalfabeto ou que este texto é antieducativo? Bom é melhor parar por aqui, antes que você fique com enjoo.
Você leu este texto e reparou nas palavras em negrito? Pois é, a partir de janeiro de 2009 estarão todas corretas.
Que a leitura seja superinteressante!

http://www.libre.org.br/institucional_view.asp?IDPagina=26
http://images.ig.com.br/hotsites/reforma_ortografica/Guia_Reforma_Ortografica_CP.pdf


sábado, 6 de setembro de 2008

Carta em português de Portugal

Olá queridos,
Lembrei de um e-mail que mandei de Portugal, aos meus amigos, há exatos 5 anos. E me deu vontade de postar aqui.

Espero que divirtam-se.

Oi gajas e gajos, tudo "baim"?
Aqui é muito gira e tudo muito fishe. Passeei pelas alamedas no centro da cidade. Vi muitas montras fishes já com decorações do Pai Natal. Entrei em retrosarias, pastelarias e cafés. Adorei pedir um garoto ou uma chinesa para beber. O carioca de limão é “tambaim” muito bom mas chandi é a minha bebida favorita, giríssimo!!!! E combina com sandes que comi em lancherias tipo Mc donalds. Nas pastelarias não encontrei os nossos pastéis, mas os famosos doces conventuais.
Vi poucos gajos vestindo fato mas muitos turistas vestindo calções, sapatilhas e tomando gelado, com camisolas. Todos eles usam calcinhas.
As adolescentes usam madeixas curtas ao contrário do Brasil, mas também ficam horas a se enfeitar na casa de banho. Gostam tb. de mascar pastilhas elásticas e chupar rebuçados. Gostam de pôr a ficha da aparelhagem de música na parede e ouvir cantigas brasileiras. Andam de motas e de bicicletas, passam pelas rotundas.
Já os miúdos ou putos, andam de trotinete pelo passeio pois nas ruas há o perigo de serem atropelados pelos auto-carros, viaturas e carrinhas. Sabe o que levam na pasta para a escola? Afiador ou apara-lápis, cor de pau, cor de feltro, agrafador... Os bebés usam fraldinha no rabinho e tomam biberão.
As coisas são caras para nós mas há algumas que são de borla ou 0800.
Nos supermercados: Sá ou Pingo Doce, encontramos tudo o que temos no Brasil, mas alguns itens são curiosos: semilha (batata), milho (polenta), massaroca (milho). Eles tiram uma senha no balcão de frios para serem atendidos, como nós nos laboratórios e repartições públicas.
As senhoras usam mala para ir ao centro de compras, shoppings, etc. Só que elas precisam usar uma “mais grande” para trazer as coisas que adquiriram.
Os miúdos ou putos, como no Brasil, muitas vezes tiram macacos do nariz. E gostam de contar anedotas. Não são tão parvos nem aldrabões como achamos que são. Não vi paneleiros pelas ruas. Ah, quando fiz anos... mandaram trincar as velas para dar sorte e as velas são de um ano a mais. Eles comemoram o ano que está iniciando, me senti mais velha ainda.
Vocês perceberam tudo que apontei ?
Que maçada, heim!

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Senhorio das fronteiras

Em homenagem ao dia do psicólogo, 27/08, aqui vai um artigo temático; alerta para nos cuidarmos.

Você sabe que é dono de fronteiras?

É certo que fronteira é uma divisória que separa dois ou mais locais. É algo que está “entre”. Pode ser um portão, uma cerca, uma faixa, um muro, um rio, etc. Ela define o que está aqui, e o que está lá.
Por certo a pele é a nossa fronteira com o mundo. Está entre o que eu tenho dentro (órgãos, sangue, etc.) e o que está fora. Ela me protege e me dá um contorno formando minha figura que é única.
Do ponto de vista psíquico a fronteira me diferencia do que sou e do que não sou, do que tenho e daquilo que não me pertence. Quem não tem essa noção clara se deixa invadir e/ou invade o que é do outro. O ladrão, o corrupto e o manipulador fazem isso.
Como a fronteira delimita meu contato com o mundo é nela que realizo meus relacionamentos. Quando ela é rígida demais eu não consigo fazer trocas com o ambiente. Nada entra e nada sai de mim. Não experimento, não me transformo.
Se ela é fluida demais, qualquer coisa a penetra e entra no meu mundo. Portanto se algo ruim entra sou eu quem o permite. Eu posso deixar que me invadam, por exemplo, por medo, ingenuidade, necessidade de aceitação, vergonha, etc. Só que nem sempre eu tenho consciência disso.
De fato sou eu quem precisa cuidar das minhas fronteiras e dos relacionamentos que nela ocorrem. Para isso preciso observar como meus contatos ocorrem, fortalecer a minha cerquinha, os meus limites.
Se minha fronteira psíquica for fluida e firme o suficiente ocorrerão trocas de conhecimentos e sentimentos. Haverá reflexão e transformação da minha mente. Possibilitará a diferenciação entre o bom e o ruim e haverá proteção. Isso traz segurança: ganho noção de quem sou, aprendo a discernir até onde posso “entrar” na vida do outro, aprendo a entendê-lo e respeitá-lo. Para tudo isso eu preciso perceber o que quero e o que não quero.
Outro dia uma pessoa reclamou que sua amiga se aproxima tanto a ponto de cuspir nela. Daí ela dá um passo atrás - tentando recuar a sua fronteira invadida para se proteger. Mas a amiga avança. Ela tem pelo menos duas saídas: interromper a conversa e sair - limite físico - ou colocar limites verbais: “você está cuspindo em mim", ou "eu não gosto que você cuspa em mim, por favor, fique mais distante do meu sanduíche”.
Os limites são a representação da fronteira. Por isso a frase: “Limites nos protegem”.
Quando somos invadidos sentimos que as coisas de fora vêm com força e derrubam o portão de entrada. Algumas vezes a pessoa permite que situações nocivas e destrutivas atravessem a sua fronteira: agressões, ofensas, humilhação, drogas. Quando dizemos SIM ao que queremos dizer NÃO, o sofrimento vem. Sem a noção do seu limite a pessoa se deixa invadir ou afasta sem querer. Vamos cuidar dos "sins e nãos" necessários para não nos colocarmos em risco. Apreender o que é bom e afastar o ruim.
Se cada um honrar a sua fronteira evitará sofrimento e será respeitado.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Papo de brasileiro

Taxistas: alguns são muito engraçados... donos da rua, donos da verdade. O cara fez uma entrada bem "safada" na Avenida Santo Amaro. É claro que levamos uma buzinada na orelha. Daí ele inicia uma conversa, meio reclamação, de que as pessoas não são gentis:
"O brasileiro não é gentil, eu conheço o ser humano brasileiro desde que comecei a trabalhar com 6 anos. Essa gente no transito quer passar, e daí sai buzinando, não tá vendo que eu na frente? Ninguém pensa no outro. Isso é motorista? Só quer saber de passar e correr, só pensa nele. Se as pessoas fossem mais gentis... Olha eu tenho até vergonha de falar mas é verdade, o argentino é mais educado que a gente. Eles são meio judeus, ? Educados! Eles não roubam, são mais calados, tratam bem os outros, não falam mal dos seus patrícios. São patriotas mesmo. Mas agora aqui no Brasil, um fala mal do outro. O que falta é valor da tradição de respeito. Eu entendo de ser humano porque sou psicólogo. (Essa foi demais!! hahahahah). Eu fiz a faculdade da vida e sei que o brasileiro se puder ele apronta com o outro, engana...e blá, blá, blá".
Enquanto isso ele ia errando o caminho e falando que não engana... E eu de olho bem aberto, pensando: esse cara tá me sabotando.
"Eu não, nossa, eu não sou perfeito mas procuro fazer o meu lado. Se cada um fizer a sua parte o Brasil vai pra frente". E eu pensando: o senhor tem que virar a direita, não dá pra ir pra frente... E ele empolgado continuava: "Eu não sou daqueles que trapaceiam, se vingam, faz de tudo pra destruir o outro, rouba os outros na primeira, eu não. Não sou capaz de fazer mal a ninguém. Mas se eu pudesse eu batia no cara pra ele aprender, dava um safanão na orelha, pegava e torcia a orelha dele que ele ia ver só..." A essa altura a voz do cara engrossou, seu rosto moreno ficou rubro e seu punho "em riba" tremia parecendo querer gritar também.

Ai, ai, ai, ainda bem que chegamos... Cada figura que toca a minha alma...
Imaginem se eu conto que sou psicóloga?



sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Hinos que nos tocam

É lindo contemplar nossa bandeira subindo, balançando ao som do nosso Hino Nacional, que aos nossos ouvidos fazem toda a diferença. É o som que balança os brasileiros tanto quanto os ventiladores chineses que chacoalham as bandeiras. Dentre tantos o nosso hino é especial porque nos reconhecemos nele. Através dele entoamos uma voz harmônica - pelo menos tentamos! - que nos une em reverência quase que sagrada. Um som que mexe lá dentro e faz tremer. Temos um vínculo forte com nosso hino enraizado na nossa memória desde crianças. Grata herança dos poetas do século XIX.
Embora adore o hino da minha nação, que faz bumbar o coração e ativa as lágrimas, quero lembrar um trecho do hino da Independência, igualmente forte e significativo, em homenagem a todos os nossos atletas que marcam presença dentro e fora daqui:
...
Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil
...
Parabéns, ó brasileiro,
Já, com garbo varonil,
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil
...
Hino da Independência do Brasil
Letra: Evaristo da Veiga
Música: D. Pedro I

Veja letra na íntegra: http://www.brasil.gov.br/pais/simbolos_hinos/hinos/Letra_indep/

E vc? Qual hino te toca?

Curiosidades:

A letra do hino nacional do Brasil foi escrita por Joaquim Osório Duque Estrada (1870 – 1927) - Poeta, teatrólogo, ensaísta, crítico e professor.
Tornou-se oficial no dia 1 de setembro de 1971, através da lei nº 5700.
http://www.suapesquisa.com/religiaosociais/hino_nacional_brasileiro.htm

A música é de Francisco Manuel da Silva (1795-1865). Grande organizador da vida musical brasileira fundou e dirigiu a Sociedade de Beneficência Musical (1833), dirigiu a orquestra da Sociedade Filarmônica (a partir de 1834) e compôs valsas, peças para canto e piano (modinhas, lundus), um hino à Coroação (1841) e música religiosa. Escreveu ainda diversas obras de teoria musical.
http://www.2regiao.apac.org.br/pesquise/histhino/histhino.html

Superação com emoção

Maurren Maggi, outra paulista do Brasil.

Um motorista de taxi comentou comigo que a China nem comemora mais suas medalhas de ouro de tantas que conseguiu. Parece que eles não sentem mais tanta graça nas medalhas, até parece que ganhar ficou banal. Talvez julguem estar lutando por obrigação e o prêmio é um mera conseqüência. Não que falte raça, garra, mas parece que é tão certo, tão esperado, que tem um sabor diferente do nosso. Realmente feijoada tem mais sabor que espeto de escorpião.
Nossa fome não é menor que a deles: “medalha, medalha, medalha” como diria Dick Vigarista (personagem do desenho).
A expressão emocional é que faz toda a nossa diferença. Acompanhando a entrega da medalha de ouro à nossa atleta Maurren, nota-se sua alegria e esforço para manter o controle emocional. Ela vibra e canta nosso hino com firmeza até que surge a frase: “Terra adorada", nesta altura ela irrompe num choro de banhar a medalha. Por certo passou um “filme na sua mente” das suas lutas, privações, renúncias na nossa pátria amada, Brasil. De todos os apoios que buscou e recebeu, outros que devem ter sido negados. provavelmente desencorajada por alguns, desacreditada por outros... Enfrentou tudo e a si própria. Lutou com bravura, chegando lá. Não é brincadeira não, 7.04 m de distância.
O mesmo taxista comentou que essa distância é do tamanho da trave de futebol. Caramba! Como salta essa mulher! E que barriguinha sarada...
Seu choro, sua emoção é figura da nossa raça: brava gente, que bravamente corre atrás do sonho. Gente que não é brava, nem emburrada e nem fria, antes alegre e emotiva.
Nosso choro vem da profundidade da alma, do fundo da terra que é pátria, onde temos nossas raízes, sinais de pertencimento ao nosso lugar: pai-país. Que delícia que é ser brasileira!

Obs: Temos nossa primeira medalhista de ouro da história do atletismo brasileiro. Ela espera festa na sua recepção em São Carlos:

"Tomara que a prefeita faça uma festa com muito brigadeiro e refrigerante", pediu.
Site do Terra

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Caras e Bandeiras

Tempo de exibir bandeiras. Parece que isso acontece apenas em momentos de competições mundiais: Copa do Mundo, Pan-Americano e Olimpíadas. Eu gosto de Bandeiras.
É muito gostoso admirar um quadro completo das Bandeiras mundiais. De longe parece um monte de retângulos coloridos. Ao nos aproximarmos percebemos a configuração: Bandeiras. Mais de pertinho podemos reparar que reconhecemos algumas delas. Mas a grande maioria não se sabe de onde é e me sinto indiferente a elas. Percebe-se que o azul, o branco e o vermelho se repetem em várias delas, desenhando formatos únicos.
Cada representação carrega um conteúdo muito além do objeto. Uma bandeira é uma coisa, diria Gilberto Safra, importante psicanalista que explica, dentre tantos temas, que um objeto torna-se coisa quando é revestido de significado e de história.
É isso que sinto ao olhar um quadro de bandeiras. Muitos desenhos sem sentido afetivo. Mas quando localizo a minha bandeira, ela salta aos meus olhos. Ela brilha e faz brilhar o meu olhar agora revestido de sentimentos. Ela também se destaca por fugir ao padrão vermelho, branco e azul. Isso é o que chamamos de uma configuração que faz sentido: é como se todas as outras sumissem, e a sua ganha importância, fundamento. Ela diz algo sobre você e você se reconhece nela. Quando Cesar Cielo, o nadador desconhecido da grande maioria dos brasileiros, vence a prova dos 50 metros em Pequim (hoje, 15 de agosto de 2008) rompendo o jejum olímpico, o mundo se volta para ele. Os brasileiros se voltam a ele: Quem será esse cara? Onde ele treinou? Quem são seus pais? Curiosidade que reside no desconhecimento. Quando o mesmo Cielo levanta a Bandeira brasileira ao som do nosso Hino Nacional, algo mágico acontece e nos tornamos íntimos. Ele faz parte de nós. É nosso! Ele nos pertence e reconhecemos seu choro que se mistura com a nossa emoção.
Reconhecer Cielo, a partir de agora, é como reconhecer a nossa Bandeira em meio às outras (dentre cerca de 192 países).
Cielo é o nosso sentido Olímpico em 2008. Nossa Bandeira campeã! Viva o ouro da nossa Bandeira e viva o Ouro do Cielo, nosso brasileiro campeão.

Curiosidade: Uma equipe de intelectuais dedicou-se a elaboração da nossa Bandeira, sendo adotada pelo decreto no 4 de 19 de novembro de 1889. “A idéia da nova Bandeira do Brasil deve-se ao professor Raimundo Teixeira Mendes, presidente do Apostolado Positivista do Brasil. Com ele colaboraram o Dr. Miguel Lemos e o professor Manuel Pereira Reis, catedrático de astronomia da Escola Politécnica. O desenho foi executado pelo pintor Décio Vilares. Mais detalhes: http://www.on.br/glossario/alfabeto/b/bandeirabrasil.html

Cheguei...

Costumo ser moderna, mas vacilo um pouco para mergulhar em novidades. Tateio, xereto até a vontade virar uma comichão. Foi assim que cheguei aqui. Com uma boa palavra da jornalista e noiva mais feliz do ano, minha afilhadinha de casamento, que me alertou: “é fundamental manter a periodicidade”.
Como honrar esse compromisso? Talvez eu estoque comentários, artigos, pareceres, para não perecer e parecer que estou abandonando meu bebê-blog.
Começo com as apresentações:
Minha paixão é ajudar gente a ser feliz. Bem onipotente, né? Narcísico também, mas possível quando você encontra instrumentos para que o outro afine o seu próprio instrumento. É assim que ganho a vida! Tentando incentivar o outro a tirar a venda do seu olho, iluminar seu rastro, sentir o cheiro do seu corpo, encarar as cicatrizes e vislumbrar sua transcendência. Passo o tempo com o meu cliente checando possibilidades de mudanças e principalmente buscando sentido para a vida. Há choros e risadas, lamento, dor e arrependimento. Muitas vezes perdão autêntico e reconciliação com sua história.
Desgastante esse jeito de ganhar a vida... Fazer o quê, se mais nada tem graça?
É a graça que encontro no significado do contato com a humanidade do outro, tão igual e tão diferente de mim. É assim que vou me tornando gente, cada vez mais perto de Deus.