sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O Brasil não conhece o Brasil

Algumas experiências da vida são realmente inusitadas, especiais, surpreendentes. Recebi hoje um email com o parecer de uma holandesa sobre o Brasil. Não sei se é verídico, mas ela ressalta que nós brasileiros damos ênfase ao negativo; falamos mal do Brasil sem reconhecer as mudanças e os avanços tecnológicos, sociais, etc.
Pode mesmo ser uma mania brasileira admirar o que vem do estrangeiro e achar que aqui tudo é primitivo. O que é antigo tratamos como: velho. Há apenas uma ou duas décadas é que as cidades têm procurado resgatar seu valor histórico e buscar ajuda inclusive fora do país, para restaurar monumentos e construções por exemplo do sec. XVI. Sabe-se que brasileiro desconhece o Brasil como cantava com propriedade Elis Regina: O Brazil não conhece o Brasil, O Brasil nunca foi ao Brazil
(Querelas do Brasil - Mauricio Tapajos / Aldir Blanc)
A grandeza territorial nos afasta geograficamente, mas com os recursos da internet e das emissoras de televisão deveríamos nos aculturar mais e melhor. A história que aprendemos na escola de modo tradicional invariavelmente é entediante. Provavelmente se tivéssemos um maior intercâmbio entre as regiões brasileiras abriríamos o nosso coração para essa diversidade cultural e nos apropriaríamos dela para então FALAR BEM do Brasil. Por exemplo, só há poucos anos que a emissora Band tem apresentado a festa folclórica do Bumba-meu-boi, (boi-bumbá ou pavulagem) de Parintins no Amazonas. Como é que turistas estrangeiros conhecem e vêm assistir pessoalmente? Quantas outras festas e tradições ocorrem sem que tenhamos conhecimentos? Certa vez vi em Salvador um grupo de americanos que tinham vindo à Bahia para uma festa em Feira de Santana. Desconhecemo-nos uns aos outros.

Vamos lá à minha experiência inusitada e surpreendente que quero contar.
Primeiro que é lá em João Pessoa que está o ponto mais oriental brasileiro e das Américas continentais, o ponto mais próximo da África: A ponta dos Seixas, na praia do Seixas (14 km do centro de João Pessoa). Há um marco neste ponto geográfico: o farol do Cabo Branco com uma vista fantástica. O turista fica bem amparado pelos guias que explicam a história, inclusive o nome da cidade que foi trocado 5 vezes. Foi bonito ver a ética entre os guias. Logo que adentramos a Paraíba a guia de Natal passou a palavra para o guia paraibano nos apresentar a sua cidade. Vimos educação, gentileza e respeito entre os nordestinos.
Se em Natal amanhece as 04h40min (considerada a noiva do sol), é na Paraíba onde encontramos o Pôr do sol mais romântico do mundo! Eu nunca tinha ouvido falar sobre o Pôr do sol em Cabedelo, município de João Pessoa.
Você sabia que há mais de 8 anos um saxofonista contempla com o povo o entardecer tocando o bolero de Ravel? Acontece às margens da praia do Jacaré – rio batizado pelos índios!
Uma experiência emocionante, um louvor à natureza de Deus. Tive a alegria e o êxtase de participar da apresentação de nº 2933, citada por ele – Jurandy do Sax - em oração após soprar a última nota do bolero naquela tarde/noite.
Ele chega de canoa e fica desfilando no rio diante do povo que se cala para ouvir suas notas fortes, numa harmonia incrível com o espetáculo do sol que se despede. Ele ora a Deus com gratidão pela vida e por aquele momento.

Não perca a oportunidade de conhecer. Será uma pena você deixar o planeta sem conhecer esta apresentação que é gratuita ou pagando R$ 3,50 (não esqueci nenhum zero!) para também ouvir dois jovens no sax e violino comemorando mais um dia que se finda em contemplação à noite que chega. MARAVILHOSO!
Entre no site e conheça essa maravilha:

http://br.youtube.com/watch?v=oNfvm4FIq6I&feature=related – Pôr do sol

http://br.youtube.com/watch?v=Cdf1vmzFVmM&feature=related – Jurandy do Sax

http://www.pbnet.com.br/openline/mfarias/farol.htm - Farol do Cabo Branco e a Ponta do Seixas

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