sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O sol e o jacaré

São gaivotas, são sabiás
São olhares de pessoas
À espera das cores vivas
Rajadas de tons

São momentos de espera
São minutos de despedida
Um tempo em que se pode olhar
pro sol partindo pro outro lado do mundo

Aqui ele nunca é solitário
Um sol nada solitário!
Que se despede em companhia
de tons, de sons, das notas do sax


Na descida beija mais e mais o rio
Dança ao som do bolero de Ravel
E ri do dia que se apaga fazendo graça
porque também vê o meu rosto inundado


Ele se vai dentro de mim
E se retém no meu olhar
O vôo da gaivota
A canoa no Rio Jacaré

Nas nuvens multicores
A natureza se compõe,
rastreada nas águas.
Finca-se a luz da lua!

E pra brindar o dia
Ao tom do violino,
Jogo nessas águas da Paraíba
a poluição que há em mim


Renata Lang Stapani

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